quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Uma Câmera na Mão e Nenhuma Idéia na Cabeça


Ao contrário do que o título sugere, Cloverfield - o Monstro é muito bom. Quem não tem idéias na cabeça são os personagens, não os idealizadores do projeto, ok. Aí você me pergunta por que eles não têm idéias na cabeça, e para responder, eu conto a história do filme. Na festa de despedida de Rob Hawkins seu amigo Hud está filmando depoimentos e tudo mais quando de repente tudo treme, as luzes se apagam e ouve-se um som bizarro. Blá blá blá todos saem correndo do prédio e continuam juntos Hud, Rob, seu irmão Jason e a namorada Lily e Marlena, Rob ouve uma mensagem de sua melhor amiga/namoradinha/amor da vida/brigou na festa e foi estúpido Beth em que ela diz estar presa. Aí entra a falta de idéia na cabeça... Sem conseguir falar de novo com a garota, Rob lidera os amigos para tentar resgatá-la. Claro, super fofo, mas... meio perigoso não? O filme mostra todo esse povo voltando pro meio da confusão causada pelo monstro pra salvar a mocinha.

As comparações com Bruxa de Blair são inevitáveis, afinal ambos mostram adolescentes que por um acaso estavam com uma câmera e resolveram registrar acontecimentos bizarros. Incrível como essa estética funciona muito bem para filmes de monstros, espíritos e afins. A tensão criada é muito maior do que num filme rodado por "profissionais" (pelamordedeus, eu sei que quem operou a câmera na verdade foi um profissional!). No caso de Cloverfield, o espectador chega a ficar ofegante depois de ver os protagonistas correrem por túneis escuros. A tensão paira no ar, em alguns momentos, eu pelo menos não conseguia respirar tranqüilamente, meus músculos estavam todos travados esperando por um monstro na próxima esquina. A câmera na mão ainda tem outros efeitos sobre o espectador.

Nem sempre Hud, o personagem com a câmera, faz bons enquadramentos, claro, eles estão correndo risco de vida! E isso aumenta o nervosismo pois algumas vezes não vemos o que está acontecendo, mas sim o chão, pés, pessoas correndo. O plano muitas vezes fica mais fechado num momento em que queríamos uma grande angular para poder ver toda Mannhatan e o monstrengo. Além disso, como ele está correndo para salvar a própria pele e de seus amigos, a câmera fica chacoalhando balançando, o que gera em nós uma outra agonia, boatos que pessoas vomitaram por causa disso, na minha sessão isso não aconteceu (ainda bem).

Depois do filme conversei com um amigo que disse que esse filme gera milhares de continuações, mostrando diferentes filmagens do mesmo ataque, mas agora pensando, isso não daria certo. Seria básicamente a mesma história, com a mesma câmera chacoalhando, ou seja seria o mesmo filme. Um filme que veio mudar a forma de fazer filme de terror (ou qualquer outro sótulo que valha para um ataque de um monstro) não deveria se repetir tantas vezes. Aliás, esse filme me faz ficar temerosa quanto ao novo filme de George A. Romero, Diário dos Mortos (tralier), que tem o mesmo esquema de câmera na mão, mas dessa vez, fugindo de zumbis, claro. Tenho medo de ir ao cinema e ver exatamente a mesma coisa, mas com zumbis, e só, sem mais nenhuma inovação.

Outro boato que ouvi é que existem alguns eastereggs durante o filme, como na roda gigante em Coney Island em que pode se ver algo caindo no mar, (talvez trazendo o monstro do espaço?) e outras coisas em segundo plano que poderiam enriquecer a história. Mas não se sinta mal se não viu! É legal mesmo assim. Vale dar uma olhada na comunidade do filme se você gosta desses pequenos mistérios à la LOST.


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Avaliação final: Ótemo! *****

*Explicação do critério da nota:
Uma merda!-----*
Nhé...------------**
Mahomenos -----***
Bão! -------------****
Ótemo! ----------*****


2 comentários:

Eli Mafra disse...

Não gostei dessa crítica =P

Unknown disse...

O que vai rolar na continuação não se sabe, como tem todo um esquema muito maior por trás da historia toda acho que não seria uma mera repetição da mesma forma, embora pra mim esse filme já bastasse.